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10/05/2018 às 09h59min - Atualizada em 10/05/2018 às 09h59min

Polícia apura quem forneceu arma para atentado contra Marielle e Anderson; reconstituição é nesta quinta

Submetralhadora MP 5 é utilizada por grupos de elite das polícias Civil, Militar e Federal e investigadores tentam descobrir se arma foi desviada de algum paiol.

Henrique Coelho e Marco Antônio Martins - Jornal In Foco
g1.globo.com
Pelo menos cinco disparos foram efetuados na direção em que Marielle estava sentada (Foto: Henrique Coelho / G1)
Policiais da Divisão de Homicídios tentam descobrir quem forneceu a arma e as munições utilizadas na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março passado. Nesta noite de quinta-feira (10), acontece uma reconstituição do caso numa tentativa da polícia esclarecer momentos antes da vereadora e de Anderson serem baleados no bairro do Estácio.
 
A simulação deve confirmar as investigações de que Marielle foi atingida por disparos de uma submetralhadora MP 5, de calibre 9 milímetros.
 
De acordo com policiais, a DH investiga se a arma foi desviada de algum paiol pertencente a uma força de segurança no Estado do Rio de Janeiro. Submetralhadoras semelhantes são utilizadas pelas forças especiais das polícias Civil, Militar e Federal.
 
Já sobre munições - quatro atingiram a vereadora na cabeça - pertencem a um lote adquirido pela Polícia Federal, em 2006. As munições deste lote foram encontradas em locais de crimes em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, em confrontos envolvendo policiais e traficantes.



Arma utilizado no assassinato de Marielle e Anderson era uma submetralhadora (Foto: Infográfico: Roberta Jaworski/G1)

De acordo com relatos colhidos pelos investigadores, o assassino da vereadora colocou apenas o braço para o lado de fora do carro, em movimento, e disparou contra o veículo onde estava a vereadora.
 
 
A reconstituição desta quinta, segundo investigadores, se limitará ao local onde Marielle e Anderson foram atingidos pelos disparos e não no percurso entre a saída da vereadora da Casa das Pretas, na rua dos Inválidos, até o Estácio onde foi atingida pelos criminosos.
 
As investigações da polícia
Desde quarta-feira (9), uma testemunha está sob proteção da Polícia Civil do RJ. Em três depoimentos, entre os dias 30 de abril e 4 de maio, ela contou detalhes sobre o crime e apontou o vereador Marcelo Siciliano (PHS) e o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, chefe de uma milícia na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
 
O vereador Marcelo Siciliano chamou as denúncias de factoide. “Gostaria de esclarecer, antes de mais nada, a minha surpresa com relação ao que aconteceu ontem (terça, 8). A minha relação com a Marielle era muito boa, não estou entendendo por que esse factoide foi criado contra a minha pessoa", afirmou.
 
Nesta terça (8), o jornal O Globo informou, em reportagem exclusiva, que uma testemunha procurou a Polícia Federal para falar sobre o caso Marielle. A testemunha teria contado à PF que o vereador e o ex-PM Orlando Araújo queriam a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL).
 
 
Ainda segundo a publicação, a testemunha decidiu contar o que sabe porque está jurada de morte. O delator teria sido ameaçado pelo ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, que cumpre pena na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9.
 
A motivação do crime, de acordo com o depoimento, foi o avanço de ações comunitárias de Marielle em áreas de interesse da milícia na Zona Oeste.
 
A vereadora foi executada com quatro tiros. Na ação, o motorista Anderson Gomes também foi atingido e morreu e uma assessora foi ferida por estilhaços.
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