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12/09/2022 às 16h38min - Atualizada em 12/09/2022 às 16h32min

​Canaã dos Carajás recebe ações do ‘Entre Elas’

Palestras sobre direitos humanos, empreendedorismo e cursos profissionalizantes serão oferecidos em Canaã dos Carajás

Heitor silva - jornalinfoco.com
Canaã dos Carajás e Ourilândia do Norte recebem ações do ‘Entre Elas’ 
Palestras sobre direitos humanos, empreendedorismo e cursos profissionalizantes serão oferecidos em Canaã dos Carajás, nestas segunda-feira (12) e terça-feira (13) e, também, em Ourilândia do Norte, na quinta-feira (15) e sexta-feira 16/09), pelo Projeto “Entre Elas”, da Fundação ParáPaz. A iniciativa quer prevenir a violência doméstica e promover ações que auxiliem mulheres vítimas a saírem da vulnerabilidade social e do ciclo de dependência de agressores.
 
De acordo com a coordenadora do projeto, delegada Claudilene Maia, o Entre Elas percorre bairros e municípios para chegar às mulheres que vivem em contexto de violência. “O Entre Elas é um projeto de acolhimento intersetorial, que começa no ParáPaz, por meio de uma roda reflexiva em que conhecemos a realidade dessa mulher e intermediamos em favor dela, a assistência psicossocial, mas também a segurança pública, saúde, a habitação e empreendedorismo”, destaca.
 
Criada em 2020, a iniciativa avança para outra etapa da defesa dos direitos das mulheres, como a conscientização sobre a importância da denúncia e da identificação dos tipos de violência doméstica e familiar que incluem agressão física, psicológica, sexual, moral e patrimonial, conforme prevê a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).
 
Além disso, o projeto incentiva a profissionalização e o empreendedorismo de forma a criar oportunidades de geração de emprego e renda. “Agora o foco é o empreendedorismo, que é a grande dificuldade, é fazer com que essa mulher rompa o ciclo de violência. Chegar até a segurança pública, requerer uma medida protetiva, nós conseguimos fazer. Mas tirá-la da dependência econômica é o grande gargalo. É através disso que essas rodas de empreendedorismo estão sendo assentadas nessas redes do Entre Elas pelos municípios e bairros da região metropolitana”, pontua a delegada Claudilene Maia.
 
Moradora de Santarém, Esmeralda (nome fictício) foi vítima de tentativa de feminicídio e atualmente é atendida no projeto. “Sofri violência doméstica e tem uma equipe maravilhosa, do Entre Elas, que me ajudou bastante. Elas foram em casa, conversaram comigo, me orientaram, e eu tive coragem de fazer a denúncia. Hoje estar aqui fazendo um curso é uma oportunidade maravilhosa. Sou muito grata por tudo o que já fizeram por mim. Elas conversam sempre comigo por telefone e eu estou tendo uma nova perspectiva de vida, estou sendo forte. Estou aqui, firme e forte”, afirma.
 
De acordo com Mônica Tapajós, assistente social do projeto, a metodologia foi reformulada para incentivar a prevenção e a promoção. “A prevenção é a educação em Direitos Humanos, com foco no combate à violência de gênero, através das rodas de diálogos, levando informação, conhecimento, reflexão e orientação para essa mulher se empoderar. Ela poderá estar conhecendo os direitos sociais, civis e políticos dela. Já a promoção, que no caso é a garantia de direitos, de forma intersetorial das políticas públicas de assistência social, segurança pública, saúde, moradia entre outras”, explica Mônica.
 
Tamara Rodrigues, atendida pelo projeto há 10 meses, foi vítima de violência, em Belém. “Estou no Primeiro Ofício (projeto da Seaster de oferta oportunidades de trabalho a jovens em vulnerabilidade social), que tem me ajudado bastante. Eu entrei nesse projeto porque um agressor tirou a vida da minha amiga e refletiu em mim, porque eu estava junto com ela e levei um tiro na perna. Mas graças a Deus estou aqui para dar força para outras mulheres que estejam passando por essa situação, estou começando como voluntária do projeto. E tenho um recadinho: quando vocês virem alguma agressão, denunciem, pois isso salva vidas. Pode não ser com você, pode ser uma vizinha, mas a denúncia é essencial”, alerta.
 
A qualificação profissional conta com parceiros como o Sebrae e o Senai e envolve também palestras sobre linhas de crédito para mulheres, cooperativismo, formalização de Microempreendedor Individual (MEI).
 
O projeto esteve em Santarém, em agosto, levando às mulheres seminário sobre empreendedorismo e cursos de manicure e de auxiliar administrativo, cada um com carga horária de 20h e certificado. Também esteve, entre 5 e 10 de setembro, nos municípios de Belém (Outeiro), Barcarena, Vigia, São Caetano de Odivelas, Santo Antônio do Tauá, Marabá e Parauapebas.
 
As próximas ações serão em Canaã dos Carajás (12 e 13/09) e Ourilândia do Norte (15 e 16/09), com palestras e cursos de qualificação profissional, rodas de conversa e busca ativa de mulheres em situação de violência doméstica.

Também estão programadas, até o fim deste mês, rodas de conversa e cursos de spa dos pés, design de sobrancelhas e produção de sabão, desinfetante, amaciante e água sanitária, nos municípios de Belém, Ananindeua, Benevides, Soure e Breves.
 
Além disso, em parceria com o Senai, será ofertado um curso de Corte e Costura Industrial, com duração de três meses (segunda-feira a sexta-feira), com início já nesta terça-feira (13). As aulas ocorrerão no Sesi da avenida Mário Covas, em turmas pela manhã (08h às 12h), tarde (14h às 17h) e noite (18h às 21h), em Ananindeua.
 
As inscrições podem ser realizadas de forma presencial na sede da Fundação ParáPaz, apresentando cópia do RG, CPF, certidão de nascimento e comprovante de residência.
 
Números de atendimentos – 2021 e 2022 - até 09/09
5.116 mulheres atendidas na roda de conversa
184 encaminhamento para rede de proteção estadual e municipal
200 mulheres incluídas no programa “Sua Casa” da Cohab
2.029 atendimentos de saúde na Sespa, Santa Casa, Hemopa e serviços odontológicos (parceria  privada)
1.432 atendimentos na Seaster: Certidão de Nascimento e óbito, cadastro nacional do artesão e no programa 1º ofício, cadastro em cursos de qualificação profissional
154 ações executadas (Ação cidadania, rodas de conversa, atendimentos técnicos e canal online)
792 atendimentos psicossociais
68 visitas domiciliares e institucionais
100 atendimentos em noções de defesa pessoal
431 orientações jurídicas (parceiros privados)
50 municípios atendidos
15.516 atendimentos e serviços ofertados nos ano de 2021 e 2022, com foco em mulheres vítimas de violência doméstica, vulnerabilidade social e  seus filhos dependentes.
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