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25/06/2022 às 15h00min - Atualizada em 25/06/2022 às 15h00min

Cacau paraense é destaque em competição internacional

A chocolatier Marina Ibri, que adquiriu a amêndoa do produtor João Evangelista, concorreu no International Chocolate Awards/2021-2022 e conquistou a prata.

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Mais uma vez, a amêndoa de cacau produzida no assentamento Tuerê, localizado no município de Novo Repartimento, no sudeste do Pará, ganhou destaque em uma premiação internacional. A chocolatier Marina Shtoh Ibri foi premiada com a medalha de prata no “Bean-To-Bar 2021-2022” do International Chocolate Awards/2021-2022. O anúncio dos vencedores ocorreu na última terça-feira (21). Ela concorreu com o chocolate feito com a amêndoa produzida na propriedade de João Evangelista, que já ocupou espaço no pódio em outras conquistas nacionais e internacionais.

Marina, que é fundadora da empresa La Brigaderie de Paris, na França, concorreu na categoria micro-lotes barras de chocolate amargo simples de origem, sendo a única participante a utilizar a amêndoa oriunda da Amazônia. Ela, que trabalha desde 2013 com chocolate e desde 2018 com bean to bar (do grão à barra), não esconde a satisfação não apenas com a premiação, como pelo fato de ter utilizado a amêndoa de João Evangelista. “Eu tive o prazer de estar com ele em Paris, no último Salão do Chocolate; ficamos muito amigos. Ele é um grande apaixonado pelas suas plantas. Isso a gente sente no produto final”, destacou.

Ela se declara uma militante do cacau fino brasileiro na França. “Meu objetivo é de aumentar a minha gama de cacaus finos da Amazônia, de preferência, de pequenos produtores. Estou super aberta para descobrir novos produtores”, disse.

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Para Marina Ibri, o resultado representou não apenas um grande reconhecimento do seu trabalho, mas a valorização dos bons cacaus brasileiros na França. “É também a confirmação da qualidade das amêndoas do Terroir Tuerê e mais precisamente do produtor João Evangelista; de um modo geral, estou encantada com o trabalho que tem sido feito e os resultados alcançados; um chocolate com cacau amazônico é tão complexo quanto o lugar, o chocolate é vivo, denso e intenso”, declarou a empresária premiada.

CONQUISTA

Evangelista soube da premiação em sua propriedade. “Eu falei com a Marina na noite do resultado; fiquei muito feliz com mais essa conquista, em saber que a amêndoa que a gente produz com muita dedicação e carinho aqui no Tuerê, foi fundamental para essa conquista, é um grande triunfo”, declarou.

Ele destaca que foi muito importante conhecer a chocolatier no Salão de Paris. “Tive o apoio do Governo do Estado, através da Sedap, e da Fundação Solidaridad que nos fornece todo esse conhecimento através da assistência técnica e nos incentiva e orienta na produção de cacau preservando a floresta; é importante também o apoio que recebemos da Cooperativa de Reflorestamento e Bioenergia e da Amazônia (Coopercau)”, destacou.

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O produtor, que nasceu na cidade de Brejo, no Maranhão e desde 2013 passou a morar no Tuerê, vem colecionando uma série de premiações. Entre elas, o segundo lugar como a melhor amêndoa da América Latina, no cobiçado “Cocoa of Excellence Awards”, realizado no ano passado.

Ele informa que da sua propriedade, oito hectares são reservados para o plantio no Sistema Agroflorestal (SAF). São 8 mil pés de cacau. “É um trabalho árduo e contínuo; assim como eu, temos outros produtores aqui no Tuerê e não trabalhamos sozinhos; temos uma rede de apoio que é muito importante para o nosso trabalho”, destaca.

João Evangelista com Marina Shtoh Ibri

João Evangelista com Marina Shtoh Ibri

 João Evangelista com Marina Shtoh Ibri | Mateus Costa/Ascom Sedap

Ele anunciou que em agosto próximo receberá a visita da chocolatier Marina Shtoh Ibri. “Ela vai poder conhecer de perto o nosso local de trabalho; onde a gente planta com muita dedicação o nosso cacau. E será muito bem-vinda”, anunciou.

VALORIZAÇÃO

O 26º Salão do Cacau e do Chocolate, realizado em outubro do ano passado, na França, contou com a participação de João Evangelista e de representantes dos municípios de Medicilândia e de Altamira. Uma comitiva do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), participou da programação.

A engenheira agrônoma Dulcimar Melo, que é da equipe do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura (Procacau) e que foi uma das representantes pela Sedap, lembra que a exemplo do que ocorreu em Paris, os produtores e empresários paraenses têm importante participação nas programações alusivas ao cacau e ao chocolate.

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“O resultado é esse que a gente vê: participam de rodadas de negócios, fecham parcerias e fazem a troca de conhecimento; ficamos felizes em saber de mais essa conquista obtida pelo cacau paraense e parabenizamos aqui a Marina bem como o produtor João Evangelista”, declarou a integrante da equipe do Procacau da Sedap.


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